Ela tentou se concentrar nas tarefas diárias. Pegou a vassoura para arrumar a parte da vida passível de arrumação...Catou as fotos cuidadosamente dilaceradas em minúsculos fragmentos. Atentou-se para a fúria da noite passada. Custou a acreditar na estupidez de seu ato. Buscou dentro da gaveta algo que pudesse consertar aquele estrago...lembrou-se que dali por diante nada mudaria as palavras ditas sem pensar. Amava tanto, tanto aquele sujeito mesquinho e insensível que já não encontrava dentro do peito onde estava o amor por si. Por um momento, refez o caminho inteiro da última briga...no canto dos olhos as lágrimas em polvorosas se aglutinavam, apertavam-se, espremiam-se querendo sair. Levantou-se da cama como quem não quer nada, não queria aquele sofrimento da noite passada, já sofrerá o bastante até ali. Ligou o rádio no último volume e na tentativa de convencer o coração, disse baixinho: foi melhor assim...
Nenhum comentário:
Postar um comentário