domingo, 24 de abril de 2016

Terreno Baldio


Pensar além...


 Naquele dia sobre o chão de terra caia uma chuva fina, que deveria ser suficiente para lavar a alma.  Entretanto não era. Fazia tempo que aquele terreno seco precisava ser regado, precisava ver algo brotar. Algo que lhe desse sustância abalasse as estruturas fazendo daquele solo infértil casa de beija-flor.O mundo sempre a rodar...e aquele ponto seco onde não nascia, nem crescia apenas doia...doia. Pensei em não pensar, em remover,  em garimpar, adubar,alto-suster...Nada acontecia naquele espaço vazio.Talvez se cavucarmos um pouco possamos encontrar água. Nada. Nem água, nem broto. Dizem que o nada é um outro nome para a espera. Só me pergunto que espera seria...um amor, pela vida, por justiça,por você... Nâo há espera, não há nada só um terreno baldio, onde os vadios depositam suas guimbas, seus cascos, seu lixo.Contente-se é o que temos por hora. Pelo amor... não há o que haver. Nem flores, nem passáros, nem sol...só essa chuva fina, que não serve para porra nenhuma a não ser me fazer esperar. Já não me arrisco, resisto. Não, nem consigo chorar.







quinta-feira, 21 de abril de 2016

quarta-feira, 20 de abril de 2016

Quem ficará...



O Teu descaso me deixou tão só diante de tantas outras ausências.Tentei erguer os olhos e ver o quanto do céu ainda me resta. Confesso, não me animei apenas pensei em tudo que nós resta. 

Era o vazio me pregando peça. Eu sei, é que as vezes eu só queria que alguém dissesse: Chega! Não precisa mais seguir sozinha. Mas kd você pra me dizer q tudo isso vai passar!!!

Não dói porque você vai. Dói porque mais uma vez eu fico desamparada no meio do caminho quase acreditando que ser tia é uma missão divina. Não falo aqui de apelos sociais, de papéis a assumir. Que se foda tudo isso! Porque no fim a única pergunta sem resposta é onde está aquele que finalmente ficará.


Nanda Acioly

sábado, 9 de abril de 2016

Apanhador Só - Cartão Postal





"Comprei uma asa delta pra tentar um voo
Tentei, não consegui, mas vou tentar de novo
O problema é que não sei como subir no morro
E é preciso tá no alto pra se atirar
Não achei nenhum caminho, mas tá escrito
Vou tentar de novo..."

sexta-feira, 8 de abril de 2016

É preciso...



Atravessei a ponte que nos separa. No ínicio acreditei que talvez indo embora virias para me impedir. Agora que estou aqui seguindo passo ante passo vejo que ainda carrego comigo essa esperança cega. Sinto-me agustiar, o que me faz imediatamente ratear pensando se aquilo seria mesmo necessário. É tão confortável me manter sentada a sua frente. Falo dos meus casos, problemas, questões, filosofo enquanto você ri. A reciprocidade desse movimento é tão verdadeiro quanto as notas de Real. 

Penso se quero apenas isso. Uma troca justa em busca de ajustes sociais. Estou indo agora para não ver uma outra chegar ocupando teus dias e noites. Não suportaria te ver fazendo promessas.Logo essas,  que por tantos dias esperei escutar. Preciso mesmo ir...seguir. Redefinir!

Já estive aqui...em outro tempo com um outro tão parecido, mas tão diferente. E sabe foi tão bom quanto agora, só não bastava. Sempre prezei por liberdade. Porque no fundo sei o quanto ser livre define o meu devir. Então, chegar até aqui e sentir que é preciso ir não seria drama. È uma necessidade tamanha de não me acostumar com esse tiquinho  que podes me dar. Levo comigo o beijo partido, onde só os meus lábios tocaram tua carne... sentindo.Não dá para ser só um quando tudo que queremos é sermos dois. È sermos mais...

As vezes é assim...Preciso ir.


"Minha boca encosta
Em tua boca que treme
Meus olhos eu fecho
Mas os teus estão abertos..."
(Nenhum de  nós)




Nanda Acioly

domingo, 3 de abril de 2016

Um jeito de não ser.

Deu um salto do sofá. Pegou suas roupas limpas separadas meticulosamente, se arrumou como se aquela fosse a última  oportunidade para alcançar a abóbora gigante.Pintou os lábios, os olhos, a cara...Já com o corpo limpo se olhou no espelho trocando de roupa umas mil vezes antes de constatar que não tinha roupa. Nada lhe caia bem...nem a roupa, nem a estima, nem a vida.

Sentou-se na  beira da cama  com as mãos na cabeça apoiandas no joelho. Tentou se ferir com pensamentos lembrando de todas as vezes que iniciou sua vida amora daquela forma e nunca havia dado certo. Pensou em desistir. Pegou o telefone ensaiou escrever uma mensagem desmarcando aquele encontro. Não queria ter o trabalho de olhar alguém nos olhos e não se ver. 

Vestiu-se de coragem, calçou os sapatos  saindo de casa como uma tempestade. Entrou no primeiro ônibus, já estava atrasada, não queria fazer  o outro esperar. Não curtia essa sensação, sabia que esperas eram sempre torturantes. ainda mais quando a espera envolvia o julgamento do outro sobre ela.

Apressou o passo, subiu as escadas correndo chegando esbaforida do outro lado da Estação. Enquanto descia a escada olhou nos olhos de quem lhe esperava e por um instante se sentiu completamente idiota por ter passado tanto tempo escolhendo o seu melhor...

Ela não era apenas o seu melhor, era também aquilo que havia de pior dentro dela...seus medos, seus desencantos. Pra porra quem não gostar. A demora em se arrumar não deveria nunca ser por um outro alguém. Deveria ser por ela, só por ela.  a necessidade de ser enxergar não poderia estar condicionada a outros olhos, mas aos seus refletidos naquele bendito espelho que tanto lhe diz sobre tantas coisas. Mas nunca lhe dá a chance de ser apenas quem ela é...confusa, difusa, gorda, linda, sexy...santa.


"A placa de censura no meu rosto diz:
Não recomendado a sociedade
A tarja de conforto no meu corpo diz:
Não recomendado a sociedade"


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Breves linhas

“Seja você quem for, agora, segurando a minha mão, sem uma coisa há de ser tudo inútil_ é um leal aviso que lhe dou, antes que continue a me tentar_ não sou aquele que você imagina, mas muito diferente. “ ---Walt Whitman----