( Lenine)O medo é uma linha que separa o mundo
O medo é uma casa aonde ninguém vai
O medo é como um laço que se aperta em nós
O medo é uma força que não me deixa andar
Clara sempre viveu soterrada sob seus sentimentos. Ora amava d+, ora amava de menos. Sua vida era uma expressão irracional, sempre diante do mesmo ponto: a espera de alguém que lhe juntasse o que estava disperso, embolado. Suas urgências não eram resumidas a ausências, porque na vida não lhe faltava muito. Entretanto, por baixo da caixa toráx, lá onde ninguém sem permissão conseguia ver, havia uma bagunça instalada que sempre lhe empurrava a sentir por um o que deveria sentir pelos outros... como se o ato de sentir estivesse sempre empregnado por um destino avassalador predestinado ao sofrer. Isso lhe causava pesares e dias tão sombrios como os silêncios que constantemente lhe acometiam os dias. Passou a não querer, pois, querer não tinha mais nada de lindo e feliz como os contos da carochinha. Querer era viver entre a linha tênue que habita todos os sentimentos contrários. Já não percebia, mas o medo, antes parte,agora lhe preenchia todos os espaços. E mesmo se debatendo entre o desejo de se resolver e a vontade de deixar tudo como está, percebeu de sopetão que entre todas as variações o seu MEDO era o de não corresponder as expectativas.
"E não se engane que a vontade de fugir é sempre o medo de ficar" Terminal Guadalupe
ResponderExcluirÉ por aí...