Sentou-se frente ao mar como a muito não fazia. Observou o casal que flutuava molhando os pés na beira da praia, por um momento invejou a moça do vestido florido . Distraiu-se olhando o horizonte, no céu uma cor alaranjada anunciava o fim de mais um dia de sol repleto de vida. As gaivotas brincando livres no ar traziam a tona todo o aperto de seu coração. Carol era só uma menina confusa em meio aos seus vinte e poucos anos. Recusava-se a ver o mundo a partir de suas próprias lentes. Justo naquele momento em que a vida lhe cobrava uma posição não se sentia preparada para fazer suas próprias escolhas. Acostumou-se a ter sempre alguém planejando seu futuro, organizando, decidindo por onde ir... que desaprendeu a escolher e por um momento, não teve certeza se algum dia já o teria feito. Ergueu seus olhos em direção ao horizonte... tentou organizar seus pensamentos, compreender os porquês daquela fase difícil...dobrou os joelhos até tocarem seu peito e agarrada pelas pernas sentindo seu ser enconlher, chorou...Já não sabia como contornar a ausência de tantas pessoas que lhe passaram pela vida, de tantos amores deixados pelo caminho. Levantou-se ao perceber que sua confusão havia acalmado, juntou a sujeira sob o tapete da alma .Secou as lágrimas, sacudiu a areia da roupa, decorou os lábios com batom... aos poucos retornou as ilusões mordazes de todos os dias...
"Mas quando o caos chegar
Nem um muro vai te guardar
De você"
Nem um muro vai te guardar
De você"
Incrivel como consigo visualizar toda cena que você descreve, adoro seus textos cada um melhor que outro!
ResponderExcluirParabéns Nanda.
Ps. As vezes me recuso a ver o mundo a partir de minhas próprias lentes.
Nandinha..gostei bastante...do caos às cinzas e renascer(Phênix)..é nossa sina.bj.
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