quinta-feira, 1 de março de 2012

Aquela Felicidade Clandestina

" sempre tento chegar pelo meu modo. É porque ainda não sei ceder. É porque no fundo eu quero amar o que eu amaria e não o que é. É porque ainda não sou eu mesma, e então o castigo é amar um mundo que não é ele." 
( Clarice Lispector)




Acordou se sentindo  feliz, não recordava o que tinha acontecido na noite passada que pudesse lhe proporcionar um acordar tão diferente e ilusório; Demorou alguns minutos até se certificar do que estava acontecendo. Sentiu seus lábios esticarem até o cantinho  e sem perceber já estava sorrindo. Não ganhara na loteria, não arrumara um novo namorado, não  conquistara um novo emprego e muito menos realizara algum sonho de infância... mas, de um modo genuíno sentia-se feliz como nunca antes houverá sentido. Pensou se aquilo era mesmo a realidade massante de cada dia e obteve resposta ao ligar a tv e perceber que tudo continuava como antes: miséria, pobreza,violência. Coçou a cabeça e por alguns segundos se sentiu culpada por não ser coletiva aquela sensação tão boa e voraz que aos pouco estava transformando tudo. Aquela felicidade clandestina lhe fez perceber... o que conta mesmo nessa vida, não são os seus desejos e aquilo que se conquista ou se pretende conquistar. Mas o modo como vc enxerga as oportunidades, as pessoas, os motivos, os enlaces...Naquele dia de estranha felicidade havia mais que nunca a possibilidade de ser quem se pretendia, sem amarras, sem prisões. Na boca um leve gosto de sorvete mentolado e o mundo inteiros aos seus pés.







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“Seja você quem for, agora, segurando a minha mão, sem uma coisa há de ser tudo inútil_ é um leal aviso que lhe dou, antes que continue a me tentar_ não sou aquele que você imagina, mas muito diferente. “ ---Walt Whitman----