Sentou-se na beira da cama com as mãos na cabeça apoiandas no joelho. Tentou se ferir com pensamentos lembrando de todas as vezes que iniciou sua vida amora daquela forma e nunca havia dado certo. Pensou em desistir. Pegou o telefone ensaiou escrever uma mensagem desmarcando aquele encontro. Não queria ter o trabalho de olhar alguém nos olhos e não se ver.
Vestiu-se de coragem, calçou os sapatos saindo de casa como uma tempestade. Entrou no primeiro ônibus, já estava atrasada, não queria fazer o outro esperar. Não curtia essa sensação, sabia que esperas eram sempre torturantes. ainda mais quando a espera envolvia o julgamento do outro sobre ela.
Apressou o passo, subiu as escadas correndo chegando esbaforida do outro lado da Estação. Enquanto descia a escada olhou nos olhos de quem lhe esperava e por um instante se sentiu completamente idiota por ter passado tanto tempo escolhendo o seu melhor...
Ela não era apenas o seu melhor, era também aquilo que havia de pior dentro dela...seus medos, seus desencantos. Pra porra quem não gostar. A demora em se arrumar não deveria nunca ser por um outro alguém. Deveria ser por ela, só por ela. a necessidade de ser enxergar não poderia estar condicionada a outros olhos, mas aos seus refletidos naquele bendito espelho que tanto lhe diz sobre tantas coisas. Mas nunca lhe dá a chance de ser apenas quem ela é...confusa, difusa, gorda, linda, sexy...santa.
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