Em meio às ruínas, ainda com os ouvidos zumbindo por conta do estrondo das explosões e do desabamento, Lucas acendeu um cigarro e pensou: "agora só falta limpar o terreno e começar a reconstruir". Fumou seu cigarro em meio aos restos e ao entulho, depois se levantou e foi ocupar-se de seu trabalho. "Alguns dias começam assim", dizia para si mesmo."
(o título deste fragmento é uma menção irônica ao conto "Nas Colinas, As Cidades")
Eis que é chegada a hora de crescer. Não para os lados, nem para cima. É hora de crescer para dentro, expandir a alma, elevar o espírito deixando que os sentimentos ocupem os espaços vagos. Crer que desse modo as agonias se esvaem. Talvez, seja o primeiro passo para que meus dias tenham paz. Não me refiro a paz de um outro alguém me fitando os olhos. Mas, a paz de se estar em paz consigo mesmo. Olhar-se no espelho e reconhecer aquela figura desnuda, imatura. Saber que por trás de todos os arranhões e cicatrizes, existe alguém que ainda acredita na felicidade prometida. De tão pequenina , me fiz forte. tracei todos os meus descaminhos em um único lugar, forcei meu coração a cegueira constante, acreditando que tudo a minha volta era um lance do destino, imutável. Fiz do meu coração um casebre sem portas, por isso, abandoná-lo, jamais. Agora de malas prontas, sem deixar nada para trás. Vejo que esta casa não me pertence mais. Não comporta todos os meus eus. È hora de ir embora, deixar os erros para trás...As cicatrizes pregadas nos olhos negros me farão lembrar que o que foi, jaz. Agora preciso calçar os sapatos, porque não há ninguém para se esperar, tão pouco portas a serem fechadas..." caminhante não há caminho, o caminho é feito ao andar"
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