"Falo a língua dos loucos, porque não conheço a mórbida coerência dos lúcidos"
Os homens com sua vã filosofia de amar somente a quem os ama, respeitar a quem os respeita, vivem fadigados com o pouco que recebem. Evitam amar d+. desejar além… È bem verdade que quem economiza sempre têm. A pergunta que não quer calar: Qual a função de ter se não se pode aproveitar? Ter amor, ter carinho, ter respeito e um afago…Para aqueles que bebem do cálice da loucura ter não é importante, se não é possível ser. Já dizia o 22 do Gentileza : Gentileza gera gente... ilesa.
Justamente, as pessoas que não economizam sentimentos ou tempo pensando no que pode ou não se concretizar são taxadas como loucas. Contudo, quem é louco e quem é são nessa sociedade cheia de gostos e atitudes tão plurais? O que ou quem define o que é realidade?
Segundo, Duarte Junior,o mundo se apresenta de acordo com a perspectiva que fazemos sobre ele, ou seja, conforme a intenção de quem está observando. Então, meu caro, por que todo mundo tem que seguir um padrão se o mundo é feito de várias realidades conjugadas?!?!
Loucura não dá para quantificar. Confesso que os loucos me atraem porque são livres para serem o que quiser; sem medo, sem pressa, sem precisar se justificar... Não que eu não possa fazer tudo isso e um pouco mais. A questão é que ao fazer , no segundo seguinte já não seria mais rotulada como normal. Até que não é nada mal…
Pois, a loucura exige do louco um estado constante de liberdade e nenhum dogma que o prenda aos alicerces morais da coletividade. Louco é um ser em solidão que não depende do outro para ser. Gosto desses seres de luz por caminharem rente ao precipício sem se preocuparem em amarrar o seu rapel. Sabem que andar na corda bamba é perigoso, mas que sentir o vento em seus calcanhares não tem preço.
Os caretas e os cavardes só ousam falar da loucura dos que ardem por percorrerem o caminho da fuga. Aquele onde se esquece dos próprios problemas para dar conta dos problemas dos outros. Elaborando saídas ou teses a respeito. Assim, esquecendo da azada mazela, vive - se em paz, fortalecendo os laços egocêntricos que o cercam. A vida aqui jaz.
Na loucura não dá para ser alheio ao Eu...De certo, louco é aquele que segue o caminho do espelho, se enxergando de frente , olhando no fundo dos próprios olhos, matando o desejo direto na fonte, abrindo os poros e absorvendo tudo que lhe é necessário e oportuno à felicidade, pois o caminho do espelho questiona o eu de frente. Esse caminho é feito de gente que sente, é feito de entrega e reconhecimento.
A loucura é sapiente sabe que o caminho da fuga calcifica e do espelho amadurece. Por isso, vive de sentir e não somente de racionalizar cada passo, cada palavra…Ser louco é transgredir a caverna, mesmo sentindo medo das sombras. Porque sentir medo é normal, paralizar não. Pena, a não paralisia ser notado só no pós-morte como é o caso de tantos monstros sagrados: Einstein, Sócrates, Jesus…
Não quero com isso dizer que todo louco é igual. Impossível!!! Pessoas, ditas normais, não são uniformes que dirá os loucos. Existem sim muitas diferenças…Porém, só destacarei aqui a loucura da doença. A grande diferença entre o louco trangressor e o louco patológico é o modo como encara a realidade. O doente de loucura mascara sua realidade e a transforma em ficção, já o louco transgresso enxerga além do mundo imposto pelo senso-comum. Mas, independente de sua configuração, um louco só é louco porque assim alguém o denomina.
Invejo os loucos por terem o infinito e enxergarem sempre o além do álém, por serem intensos e mostrarem com tanta propriedade as míseras mentiras dos seres humanos, que se dizem felizes ignorando os opostos que o compõem. Afinal, o ser humano é o único animal capaz de ignorar as próprias vontades em prol da coletividade.
Nada mais justo, que fechar os olhos ao andar de montanha russa. Nada mais justo que ignorar o amor por não ter a mesma proporcão, sentir pela metade pra não se machucar... isso sim, é normalidade. Destes príncipios quero distância, porque se não dá para ser por completo, melhor nem ser.
A loucura é inerente ao homem, entretanto, por expor sua fragilidade , moldar as palavras e nos fazer invencíveis...tornou-se doença, preconceito, constipação ...e por não ter cura transformou-se em um mal. Pobre de espírito, os que pensam assim...
Talvez, a completudide da vida seja se reconhecer louco e viver sem passado , nem presente. Arcar com a sorte das próprias escolhas, se economizar menos, olhar mais para dentro, permitir-se mais, amar e antes de tudo a si mesmo, escrever a própria história, fazer arte, fazer amor...Quero o surto de ir onde quiser sem me questionar, sem pensar no que irão comentar.
Afinal, ser louco é saber utilizar as próprias asas e ir além... Vem comigo!!!